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26/08/2022

Devo usar meio de cultivo no estado líquido ou sólido?

               O crescimento da microbiologia atua de forma incessante na evolução de diversos setores de interesse como agrícola, médico, ambiental e alimentício. Para tanto, o uso de insumos laboratoriais e equipamentos de ponta se faz necessário para o desenvolvimento científico e tecnológico desta área, pois proporciona otimização através da inovação empregada principalmente nos meios de cultivo. Nesse sentido, a escolha do meio e sua forma de uso (líquido ou sólido) impacta todo o processo e pode contribuir (ou não) no produto final.

               Os meios de cultivo utilizados na microbiologia, seja para cultivo de bactérias ou fungos, apresentam em sua composição constituintes essenciais para o desenvolvimento celular. Como há uma diversidade muito grande de microrganismos, existem milhares de composições e formas de meios para atender as exigências nutricionais de cada célula. Há meios granulados, encapsulados, HiVeg e meios cromogênicos.

               Além de toda a variedade de meios, existe ainda um parâmetro de extrema importância na microbiologia que é o estado físico do meio a ser utilizado. É de conhecimento geral que a presença de agente solidificante em sua constituição faz com que o meio solidifique após o preparo (ágar BDA, ágar TSA ou ágar Cled). Entretanto, meios de cultivo que não apresentam agente solidificante como componente, não solidificam após o processo, são denominados caldos (caldo nutriente, caldo uréia ou caldo tioglicolato, por exemplo).

               Apesar da simplicidade da informação, a presença ou ausência do agente solidificante influencia diretamente o processo pretendido e pode (ou não) funcionar para a ideia estipulada. Geralmente o uso de meios sólidos é associado à prospecção de microrganismos, isolamento de colônias, manutenção de cepas em laboratório e análises voltadas à área clínica, pois possibilita um melhor controle diante dos objetivos pretendidos.

               Em relação ao emprego do meio líquido, o mesmo favorece o processo produtivo, pois é comumente utilizado para geração de moléculas de interesse em escala industrial. A ausência do agente solidificante faz com que o meio, sempre líquido, possa ser utilizado em qualquer recipiente, vidraria ou biorreator. Além disso, a característica física do meio possibilita o controle de diversos parâmetros laboratoriais como pH, adição de determinado componente, uso em diferentes tipos de cultivo (batelada, batelada alimentada ou sistema contínuo) ou até mesmo pode facilitar a difusão de gases como O2 ou CO2, o que não é possível em meios sólidos.

               Verifique abaixo alguns pontos positivos e negativos de cada estado físico dos meios comentado no texto:

Pontos positivos:

Meio sólido: excelente para manutenção de cepas em laboratório e facilidade de identificação de contaminações.

Meio líquido: possibilidade de otimizar o crescimento celular através da difusão de gases ou outros nutrientes durante o processo e aplicabilidade em grande escala.

Pontos negativos:

Meio sólido: impossibilidade de uso em sistemas aerados e ausência de crescimento de certas espécies de microrganismos.

Meio líquido: facilidade de contaminação em larga escala.

               Ambas as formas são benéficas à microbiologia, não simultaneamente, nem em todo processo, mas apresentam pontos positivos que favorecem o desenvolvimento do microrganismo durante o cultivo. Vale ressaltar que independente do processo biológico, muito provavelmente deverá ser utilizado meios em estado sólido e líquido para ser possível realizar todas as etapas necessárias.

Em outras palavras, ambos se completam.