70 Anos da Descoberta da Estrutura do DNA: Impacto na Ciência e Medicina

Porém, a comprovação da dupla hélice veio antes de Watson e Crick. Em 1952, Rosalind Franklin conseguiu fotografar uma molécula de DNA através da técnica de cristalografia de raio-X. Essa foto ficou conhecida como ‘’Fotografia 51’’ em que foi possível atestar a estrutura de dupla hélice (2,3).  

Embora nos dias atuais se saiba muito sobre a importância desse marco na ciência, naquela época a descoberta da estrutura do DNA não recebeu muita atenção da comunidade científica. Somente em 1957 o estudo começou a ganhar destaque entre os cientistas, no mesmo ano em que a replicação do DNA foi demonstrada (2, 3). 

A partir dos estudos de conhecimento e compreensão da dupla hélice de DNA, o material genético tem sido alvo de muitos estudos ao longo do tempo e muitos consideram que esses estudos deram início a biologia molecular.  

Apenas com a descoberta da estrutura do DNA e da sua maquinaria de replicação é que foi possível que os cientistas moleculares entendessem a hereditariedade, a genética e a base molecular da vida, para abrir caminho para a engenharia genética e biotecnologia, levando a avanços médicos, como diagnósticos de doenças e terapias personalizadas. Além disso, influenciou a pesquisa evolutiva, a ciência forense e o desenvolvimento de medicamentos direcionados. 

Algumas das descobertas permitidas em diversas áreas são: 

• Engenharia genética: A inserção de genes de uma bactéria em uma planta para torná-la resistente a pragas, resultando em cultivos mais produtivos. 
• Diagnóstico médico: A identificação do gene BRCA1 associado ao câncer de mama, permitindo exames genéticos para avaliar o risco individual. 
• Genética Evolutiva: Comparação de sequências de DNA de diferentes espécies para traçar a evolução de mamíferos marinhos a partir de ancestrais terrestres. 
• Ciência Forense: A correspondência de um perfil de DNA encontrado na cena do crime com um suspeito, auxiliando na resolução de casos. 
• Pesquisa Farmacêutica: O desenvolvimento de inibidores de proteínas específicas associadas a câncer, como o fármaco Imatinibe (Novartis) para leucemia mieloide crônica.