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02/05/2022

Tecnologia CRISPR-Cas: a incrível técnica para edição genômica

O desenvolvimento científico na tecnologia do DNA recombinante avança constantemente em nossa sociedade. A busca por novas ideias e metodologias que proporcionem melhorias em diversos segmentos é indispensável para o mundo atual. Nesse contexto, surge então a tecnologia CRISPR-Cas para edição de genomas.

O sistema CRISPR-Cas foi primeiramente encontrado e descrito em microrganismos e utilizado como um mecanismo de imunidade adaptativa. Basicamente, O “Conjunto de Repetições Palindrômicas Curtas Regularmente Espaçadas” ou CRISPR (Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats) caracteriza uma região do genoma de microrganismos com sequências repetidas e curtas. Quando uma bactéria é infectada por fragmentos virais, segmentos do material genético são inseridos entre essas repetições e utilizados como memória em uma possível infecção futura.

Quando ocorre uma nova infecção, o microrganismo produz enzimas chamadas de CAS9 que carregam a memória do vírus (proveniente da inserção dos fragmentos no genoma) e assim conseguem clivar o invasor. Baseado nesse metabolismo bioquímico, pesquisadores entenderam e conseguiram “informar” essas enzimas a sequência alvo a ser editada (clivada) em qualquer genoma. Devido a isso, a técnica é considerada de extrema importância e funcionalidade pois pode alterar ou substituir genes de qualquer organismo vivo, troca de sequências específicas, produção de grandes deleções ou rearranjos genômicos, ativação e até repressão gênica.

A tecnologia CRISPR-Cas é uma evolução das técnicas convencionais aplicadas à produção de organismos geneticamente modificados (GMOs). Os resultados podem ser utilizados em diversas áreas como o setor agrícola (aumento da produtividade, melhora na qualidade e resistência ao estresse biótico e abiótico) e setor médico (prevenção e tratamento de doenças).

Além de todo o potencial agregado, a edição genômica levanta algumas questões éticas devido a possibilidade de modificação de genes determinantes de características fenotípicas (neste caso, aplicados em humanos). No entanto, todo esse contexto deve ser revisto e avaliado visando os benefícios que essa poderosa ferramenta pode trazer para o desenvolvimento da sociedade, da ciência e do planeta como um todo.